quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

estreia III


quero esclarecer por que houve um período, + ou - 65 a 67, no qual muitas histórias apresentavam um traço meio grosseiro, inseguro, praticamente sem nada da elegância característica do nico: os originais, nessa época, eram desenhados e arte-finalizados em um acetato especial, dispensando assim o fotolito. esse procedimento baixava o custo de produção e aumentava um pouco nossos proventos. o nico desenhava com grafite e fazia as partes mais delicadas da arte-final com pincel e abdec (um tipo de têmpera usado para retocar fotolitos); depois passava para os colaboradores, que finalizavam o resto na caixa de luz e retocavam as eventuais transparências que haviam ficado na primeira fase da arte-final. como o grafite é meio oleoso e as mãos também, era preciso misturar sabão ao abdec o que fazia com que a tinta perdesse consistência, forçando-nos a dar várias pinceladas no mesmo lugar. unindo essas dificuldades a inexperiência e (maior ou menor) insegurança dos colaboradores, estão explicados os estragos feitos sobre os desenhos maravilhosos de nosso generoso mestre.
esse roteiro é mesmo muito fraco... mas "extrema tentativa de desespêro", na legenda do último quadrinho desta página, não deveria nunca ter passado incólume por um editor. continua...

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